
Educação política: Porque é importante?
Quando a maioria permanece apática, as decisões ficam nas mãos de poucos, que acabam representando apenas seus próprios interesses. Isso pode resultar em escolhas que não atendem às necessidades da coletividade. Por isso, a participação política é também uma forma de garantir que a democracia seja de fato plural e representativa.
Vale lembrar que política não se resume apenas ao ato de votar. Ela está presente em todas as instâncias da vida em comum: no funcionamento de uma associação de bairro, nas decisões de um grêmio estudantil, nas assembleias de uma escola, em protestos, passeatas e até mesmo em conversas coletivas que buscam resolver problemas da comunidade.
Assim, compreender e participar da política é assumir a responsabilidade pelo presente e pelo futuro de todos nós. É exercer cidadania ativa e contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.

A democracia no Brasil é relativamente jovem e ainda enfrenta desafios para garantir a participação ativa da população. Não é raro ouvir frases como “não gosto de política” ou “prefiro não me envolver”, mas essas atitudes contribuem para o afastamento das pessoas das decisões que afetam diretamente o seu cotidiano.
A educação política é fundamental porque permite que cada cidadão compreenda seu papel na sociedade e desenvolva senso crítico. Gostar de política significa, acima de tudo, entender que ela é o principal instrumento de transformação social. É por meio dela que se definem questões essenciais: nossa educação, nossa saúde, nossa segurança e até mesmo o acesso a oportunidades de trabalho.
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Maravilhoso filme de Florianópolis que relata o engajamento e a resistência de uma comunidade no sul da Ilha contra forças econômicas e políticas.
Novembrada
A Novembrada foi uma das maiores manifestações populares contra o Regime Militar (1964–1985) em Santa Catarina. O protesto aconteceu no centro de Florianópolis, em 30 de novembro de 1979, e entrou para a história da cidade como um marco de resistência..
O estopim do movimento foi a visita do então presidente João Figueiredo a Florianópolis. Na época, crescia o descontentamento com a ditadura, agravado também pelo alto custo de vida. Havia ainda uma mobilização simbólica em torno do nome da cidade: grupos defendiam a troca de “Florianópolis” (homenagem ao Marechal Floriano Peixoto, conhecido como “Marechal de Ferro”) pelo nome original “Desterro”.
O Diretório Central dos Estudantes da UFSC organizou a recepção de Figueiredo na Praça XV de Novembro, reunindo cerca de 4 mil pessoas. A manifestação, porém, foi violentamente reprimida pela Polícia Militar, o que acirrou ainda mais a revolta popular. Sete estudantes foram indiciados pela Lei de Segurança Nacional, mas novas manifestações logo se espalharam, exigindo a libertação dos presos.
O episódio se tornou um símbolo da luta pela democracia em Santa Catarina. Foi registrado no livro Revolta em Florianópolis (1995), do cientista político Luís Felipe Miguel, e também no curta-metragem Novembrada (1996), de Eduardo Paredes, premiado no Festival de Gramado.


